Juíza autoriza avaliação psicológica em soldado acusado de matar sargento após discussão por carro estacionado
16/10/2025
(Foto: Reprodução) PM do Maranhão é indiciado: soldado é acusado de matar a tiros sargento da PMPI
A Justiça do Piauí aceitou pedidos da defesa do soldado Raimundo Linhares da Silva, da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), réu pelo homicídio do sargento João de Deus Teixeira dos Santos, da PM do Piauí, para investigar seu estado mental e realizar perícias na arma e munições usadas no crime.
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) não se opôs às solicitações e a decisão foi assinada pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, em 6 de outubro.
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A defesa quer apurar se ele tem Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Além disso, o Instituto de Criminalística foi autorizado a realizar perícias técnicas solicitadas pela defesa.
Será feita perícia metalográfica no revólver calibre.38 usado pela vítima. Pois a defesa quer recuperar a numeração suprimida e verificar a origem da arma.
O Instituto de Criminalística também deve enviar os vídeos brutos da reprodução simulada dos fatos, sem cortes ou edições.
A Justiça também autorizou exame de DNA e papiloscopia nos estojos de munição calibre.38 SPL encontrados na casa da vítima. Porque defesa quer confirmar quem manuseou as munições.
🔎 O exame de papiloscopia é uma análise técnica feita por peritos para identificar pessoas por meio de impressões digitais ou outras áreas da pele com papilas, como palmas das mãos e solas dos pés. Esse tipo de exame é usado principalmente em investigações criminais e na identificação civil. Ele permite, por exemplo, descobrir quem tocou um objeto em uma cena de crime ou confirmar a identidade de uma pessoa, viva ou morta.
Outras diligências e audiência
Serão ouvidos os peritos que assinaram o laudo da reprodução simulada. A Justiça também pediu a ficha funcional e os elogios do réu ao Comando do 18º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão.
A audiência de instrução e julgamento foi marcada para 7 de novembro, às 8h30, na Unidade Judiciária. Testemunhas e o réu devem comparecer presencialmente. A participação virtual será opcional para os representantes legais.
Pedidos negados
A juíza negou os pedidos da defesa para investigar o perfil e a conduta da vítima. Segundo a juíza, avaliar o perfil da vítima “em nada contribuirá para a elucidação dos fatos”. Ela citou o direito à intimidade garantido pela Constituição e pelo Código de Processo Penal.
Relembre o caso
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O crime aconteceu em 5 de novembro de 2024, na porta da casa do sargento Teixeira, no bairro Parque Sul, Zona Sul de Teresina. Segundo o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), a discussão começou devido a um carro estacionado.
O soldado Raimundo Linhares teria deixado o veículo em frente à casa do sargento, que encostou o próprio carro no dele. Linhares foi tirar satisfação, os dois começaram a brigar e houve troca de tiros.
O sargento entrou em casa para buscar mais munição, enquanto o soldado ficou na calçada. Ao retornar, Teixeira foi baleado na cabeça por Linhares, segundo a investigação.
O sargento foi socorrido e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), mas morreu seis dias depois, em 11 de novembro.
Raimundo Linhares se apresentou à polícia dias após o crime. Em depoimento, disse que não conhecia a vítima e que atirou para se defender.
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